As Ramificações no Islã
Olhar para os muçulmanos como um grupo homogêneo tem sido um erro cometido por muitos. Além de suas muitas faces (religiosa, política, militar, espiritual, mística), a casa do islamismo é heterogênea.
Embora, numa macrovisão possam ser considerados unidos, a realidade é que os dogmas teológicos não conseguiram assegurar uma unidade total.
Há centenas de grupos e milhares de subgrupos, cujas origens convergem para os 5 grandes grupos-mãe, procedentes dos 3 primeiros derivados do islamismo original. Assim, cada grupo de muçulmano existente tem origem em Medina.
As primeiras razões para as divisões ocorridas foram políticas e não teológicas, tornando-se concretas com o assassinato do terceiro califa, Uthman, em decorrência de divergências com uma delegação egípcia de 500 membros.
Com a morte de Mohammed, Ali se apresentou como seu substituto, mas não foi aceito por alguns amigos do profeta. Assim, Abu Bakr tornou-se o primeiro califa, e com sua morte, Ali estava ainda mais enfraquecido e Omar tornou-se o segundo califa, sendo sucedido por Uthman, cujo assassinato possibilitou, finalmente, a ascensão de Ali, que foi instituído como o quarto califa, mas não aceito unanimemente.
A sequência de lutas e discórdias ocorreram durante o Império Árabe e foram acrescentando mais divisões internas no islã. O grupo que permaneceu fiel a Ali reconheceu ter sido ele o primeiro convertido do sexo masculino; valorizou suas várias demonstrações de fidelidade ao profeta, do qual era primo e genro, portanto, pai dos netos de Mohammed de quem diziam ter recebido o manto, o que representaria o direito de ter sido o primeiro califa. Este grupo passou a se chamar Xiitas, quer dizer, os partidários de Ali.
Os seguidores do exemplo do profeta, guardiães da sunnah, são os sunitas, que não possuem diferenças notórias entre suas escolas (Hanbali, Shaffie, Maliki e Hanafi) e congregam a grande maioria muçulmana, composta pelos mutazalites, murfites e kharjites.
Os sufis são os místicos, estabeleceram centenas de grupos diferentes, e desenvolveram métodos de islamização que incluíam formas de cumprimento, conhecidas apenas pelos membros do mesmo grupo. A aspiração deles estava acima da letra, e por isso, recorriam ao transe para buscar inspiração e interpretar o Alcorão, acreditando que o entendimento do sentido mais profundo dos versos fundamentais, só seria possível através dos versos simbólicos.
As facções islâmicas são entendidas a partir do conhecimento de como surgiram os grupos fanáticos, sabendo-se que seu primeiro alvo não são os judeus ou cristãos, mas os muçulmanos considerados maus seguidores da doutrina islâmica.
Segue abaixo lista com algumas facções dentre as 73 existentes. Para compreender melhor algumas dessas ramificações, é preciso conhecer cada grupo predominante. Muitas destas ramificações só podem ser conhecidas no convívio com várias etnias espalhadas no Oriente Médio e África.
Acesnos Agha Khanis Ahl-Haqq
Ahmadia Ali-Ilahis Aswaritas
Azraqitas Bahai Bahsamitas
Bakthashis Bayyatitas Bisritas
Buwayhida Druzos Faylasufitas
Hambalismo Hisamitas Hudailitas
Ibadita Iskafitas Ismailismo
Jafaritas Jahizitas Jubaitas
Kabitas Kharidjismo Muamaritas
Muqanaa Murdaritas Muridismo
Murjuitas Mustalians Mutazilitas
(wasilitas e amritas)
Nazamitas Naziris Nusraitas (alawitas)
Qarmatianos Qizil-Bash Sahhamitas
Sanusiya Shiismo Sikhs
Sofritas Sufistas Suleimanci
Sunitas Taktajis Tamamitas
Wahabismo Yezidi Zaidismo